Tudo começou em 2009, quando aplicativos de check-in baseados em localização, como o Foursquare, estavam ganhando popularidade e chamando a atenção de investidores e empreendedores no Vale do Silício.
Um desses observadores era Kevin Systrom, um americano que, no final do ano, após desenvolver diversos conceitos, decidiu focar em um único projeto: o Burbn.
Esse aplicativo permitia que os usuários fizessem check-in em locais, combinassem planos com amigos, ganhassem pontos por encontros sociais e publicassem fotos.
Em março de 2010, Systrom participou de uma festa onde conheceu representantes dos fundos de capital de risco Baseline Ventures e Andreessen Horowitz. Durante o evento, ele apresentou o protótipo de seu produto, o que despertou interesse suficiente para garantir uma reunião subsequente. Pouco tempo depois, ele levantou US$ 500 mil e começou a formar sua equipe.
A virada de chave
O primeiro a ser contratado foi o engenheiro brasileiro Mike Krieger. Juntos, eles perceberam que o produto precisava se destacar em pelo menos uma funcionalidade. Ao analisar o Burbn, notaram que o recurso de fotos era o mais popular.
Então, em agosto de 2010, Systrom e Krieger decidiram eliminar todas as outras funcionalidades do aplicativo, mantendo apenas as fotos, comentários e curtidas. Nascia, assim, o Instagram.
Nas oito semanas seguintes, eles se concentraram em melhorar o produto, testando-o com amigos e corrigindo rapidamente quaisquer problemas, além de coletar o máximo de feedback possível.
Em outubro de 2010, o Instagram foi lançado oficialmente e, para a surpresa dos fundadores, conquistou mais de 10 mil usuários em poucas horas. Essa alegria cresceu ainda mais quando:
- Na primeira semana, o app foi baixado 100 mil vezes;
- Em meados de dezembro, atingiu 1 milhão de usuários;
- Dois meses depois, alcançou 1,75 milhão de downloads, com quase 300 mil fotos postadas por dia.
Durante esse tempo, embora o Instagram tenha recebido novos recursos, nenhum deles gerava receita.
O foco no produto
Os fundadores se concentraram exclusivamente em aprimorar o aplicativo, atendendo rapidamente às necessidades da comunidade. Systrom afirmou:
“Não queremos ser apenas mais um serviço de compartilhamento de fotos. Queremos dar grandes saltos na Web.”
E esses saltos aconteceram...
Em março de 2012, o Instagram atingiu 27 milhões de usuários, e surgiram rumores de que a empresa planejava levantar US$ 50 milhões, avaliando o negócio em US$ 500 milhões.
O Twitter ofereceu US$ 525 milhões pela empresa, enquanto a Sequoia, uma das principais firmas de venture capital do mundo, propôs financiar os US$ 500 milhões para que o Instagram permanecesse independente.
Foi então que Mark Zuckerberg entrou em cena. Após várias tentativas, o fundador do Facebook convenceu Systrom a se encontrar com ele em sua casa em uma sexta-feira. Durante a conversa, Zuckerberg foi direto, oferecendo o dobro do valor estimado, avaliando o Instagram em US$ 1 bilhão — um valor sem precedentes para um aplicativo móvel.
A condição? Eles teriam que decidir naquele fim de semana para garantir a aquisição antes que outra empresa interviesse.
Em 8 de abril de 2012, 551 dias após sua criação, Systrom fechou o acordo de venda do Instagram, como Zuckerberg relembrou em um post de 2017. Na época, o aplicativo tinha 30 milhões de usuários.
Avançando para os dias atuais, o Instagram conta com mais de 2 bilhões de usuários ativos mensais e, em 2023, gerou cerca de US$ 50 bilhões em receita. Um belo investimento, Sr. Zuckerberg.